Higiene Bucal

Os sete erros da escovação


O momento da escovação é um dos raros exemplos em que a parceria entre as áreas da saúde e da Educação costuma ser bem-sucedida.
A maioria dos professores reserva a esse hábito um espaço na rotina diária da classe e sabe que ele deve ser iniciado antes mesmo do nascimento do primeiro dente (nos bebês, usam-se gaze e água na limpeza bucal). No entanto, cuidar dos dentes geralmente é o que menos acontece na hora da escovação.
Sobretudo em turmas numerosas, em que não há como dar atenção individual, é comum ver crianças comendo pasta e mastigando escova, copos em más condições de higiene.
"Quando falamos da escovação na escola, é fundamental ter claro que a atividade deve funcionar como uma orientação sobre a importância, a frequência e a forma correta de realizá-la. Mas cabe aos pais reforçar a prática para que ela vire um hábito", afirma Damaris Gomes Maranhão, consultora de saúde e professora de Enfermagem da Universidade Santo Amaro (Unisa), em São Paulo.
Daí a importância do trabalho conjunto com a família, receita que deu bons resultados na Creche Santo Antônio, em Sinop, a 508 quilômetros de Cuiabá.
No início do ano letivo, a coordenadora Maria Aparecida Kaiser levou um dentista para ensinar técnicas de higiene bucal a pais e crianças.
"Os pequenos agora chegam com os dentes escovados, coisa que antes não acontecia", comenta. No encontro com o dentista, é importante pedir que ele esclareça a maneira correta de conservar a escova, qual tipo de pasta usar (e em que quantidade) e os cuidados necessários com o consumo excessivo de alimentos que causam cárie, como balas, chocolares e biscoitos recheados.
A criança tenta escovar e o adulto ajuda se for preciso.

O professor, claro, também deve ensinar. Entre as informações básicas, é preciso destacar que o sentido correto da escovação não é o de vai-e-vem, mas o de movimentos circulares, executados sem força excessiva para não machucar a gengiva.
"A língua também deve entrar na limpeza - nesse caso, com escovadas de trás para a frente, como uma vassoura tirando a sujeira", explica Mário Sérgio Swerts, dentista e professor da Universidade José do Rosário Vellano, em Alfenas, a 351 quilômetros de Belo Horizonte. Também vale seguir a recomendação de respeitar o ritmo de cada criança.
É possível deixar que ela tente, sozinha, fazer os movimentos indicados, mas, no início, é natural que a escovação não fique perfeita.
Aí, entra em cena o adulto, que precisa terminar a escovação até que a criança desenvolva a autonomia suficiente para completar a tarefa.

Sem comentários: