NOSSOS ALUNOS PRECISAM DE PRINCÍPIOS E NÃO SÓ DE REGRAS



Um dos grandes problemas da escola que se destaca no cenário atual é a indisciplina. Achei interessante a orientação do psicólogo e professor Yves De La Taille (Co-autor dos Parâmetros Curriculares- PCN- sobre temas transversais). Este é um resumo de sua fala em um artigo da revista Nova Escola.
Para ele a escola deve investir em princípios que norteiem a convivência nas relações cotidiana para vencer o problema da indisciplina. A dimensão da criança tem de ser trabalhada desde a pré-escola. Ética não é uma coisa espontânea.
Recorrer a regras de punição é muito pouco para vencer a indisciplina. É preciso formar pessoas capazes de resolver conflitos coletivamente pautados em princípios discutidos pela comunidade. O Caminho passa pela formação de toda comunidade.
Há percepção de que as relações humanas estão cada vez mais desrespeitosas na sociedade. Mas quando se precisa de lei exterior para resolver até os mínimos conflitos, cria-se uma sociedade infantil.
A formação ética discute as relações com outras pessoas, as responsabilidades de cada um e os princípios que dão sentido a vida. Escola e família desempenham funções muito importantes na formação da criança e do adolescente sob diferentes aspectos.
Toda sociedade tem a responsabilidade de formar cidadãos e a escola tem influência no desenvolvimento moral e ético, pois, alguns valores se aprendem no coletivo, porque são relações diferentes do ambiente familiar. Por isso a escola deve ter princípios coerentes pautados na liberdade, respeito, igualdade, dignidade.
Uma boa sugestão para ajudar a indisciplina é trabalhar regras de convivência, tendo como primeiro ponto a entender a necessidade dos princípios inspiradores que norteiem o acordo e que sejam explicitamente colocados, para que não fiquem apenas implícitos para a turma. Segundo ponto, deve-se evitar ao máximo que os combinados se dêem por votação. É preferível procurar consenso, o que dá muito mais trabalho, mas é muito mais rico porque desenvolve a prática de escutar o outro. Em terceiro lugar o professor não pode abrir mão de seu papel de autoridade, simplesmente jogando para o grupo as responsabilidades pelas sansões que o combinado pode gerar.
Precisa- se entender o que significa a indisciplina, ou seja, primeiramente ela está relacionada com a autodisciplina, que é quando um aluno não consegue organizar sua tarefa. Segundo, está associado à desobediência, quando se pede para o aluno fazer algo e ele não faz. Nesse momento passa-se a perder a autoridade uma vez que ele não seguiu as ordens, porém, não fui desrespeitado. A terceira indisciplina, o desrespeito, que é uma questão moral, porque se é desrespeitado enquanto autoridade e enquanto pessoa.
A formação dos alunos precisa ser trabalhada, assim também o ambiente deve proporcionar e viver os valores nos quais se acredita.  Não adianta falar de belas virtudes da justiça e da generosidade e ter um ambiente de desrespeito e indiferença.
Uma educação capaz de colaborar na formação de valores de crianças e adolescentes precisa ter claro sua filosofia de trabalho e ser coerente com sua prática.
 

Sem comentários: