Terapia assistida por animais

 Autoria: Alberto Paiva 
(Terapeuta Animal)
 


Um cão pode ser o melhor amigo dos seus filhos, protegendo-os e contribuindo para aumentar os seus níveis de segurança.No entanto, nunca deixe que o seu filho se aproxime de um cão quando este se alimenta, nem mesmo dos cães mais dóceis e pacíficos. Este é o momento em que qualquer cão está mais alerta, e vai, por todos os meios, tentar afastar as pessoas do seu alimento.
O relacionamento entre a criança/jovem e um animal de estimação é benéfico em vários aspectos da vida social, afetiva e intelectual.
Existem muitas vantagens que têm sido apontadas como decorrentes desse relacionamento, como: ajudar a desenvolver a capacidade da criança e do jovem de se relacionarem afetivamente com outras pessoas; desenvolver o sentido de responsabilidade na criança ou jovem, que possui um animal que depende dos seus cuidados; favorecer a aprendizagem de fatos fundamentais da vida, como o nascimento, a procriação e a morte de uma criatura viva; desenvolver a capacidade para lidar com os aspectos não verbais presentes no relacionamento social, ou seja, aprender a observar e interpretar a linguagem dos gestos, das posturas e dos movimentos, essencial no relacionamento criança ou jovem-animal; ajudar a desenvolver atitudes humanitárias na criança/jovem, em relação ao animal como um ser vivo;despertar a consciência ecológica e a responsabilidade ética da criança/jovem diante da natureza e dos seres vivos.
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No decorrer dos últimos 15 anos, um novo papel tem sido descoberto para os animais na vida das crianças/jovens.
A literatura especializada tem mostrado como eles podem tornar-se auxiliares terapêuticos valiosos no tratamento de vários tipos de problemas físicos e psicológicos infantis/juvenis.
Diversos autores têm realizado investigações que nos levam a reconhecer, nos animais, mais um recurso no tratamento de crianças/jovens com problemas emocionais, de aprendizagem, de linguagem ou autistas.
Mesmo nas crianças/jovens que experimentam situações de stress apenas temporariamente, a companhia de um animal pode contribuir para avaliar a ansiedade e suprir o apoio emocional.
Outras investigações dentro desta área, foi constatado que os animais envolvidos no tratamento de crianças/jovens chegam a desempenhar um papel similar ao do próprio terapeuta. Um estudo realizado pela equipa de Mallon (1994), com 80 pacientes entre os 7 e os 26 anos de idade, num centro de tratamento onde residiam, revelou que essas crianças e jovens se relacionavam com os animais como se eles fossem "terapeutas" ou "co-terapeutas".
A motivação que levava a criança/jovem a se aproximar dos animais e mesmo o seu comportamento em relação a eles eram semelhantes aos motivos e ao comportamento direcionados ao terapeuta.

Estas crianças e jovens visitavam os animais quando se sentiam tristes ou com raiva, com o intuito de se sentirem melhor.
Os sujeitos também falavam, conversavam com os animais, com um sentimento de segurança podendo abordar os seus segredos e problemas pessoais, sem o medo de que essas confissões fossem transmitidas a outra pessoa.
São diversas as formas pelas quais a companhia de um animal pode auxiliar no tratamento de uma criança/jovem, diante de um problema físico ou psicológico. Certamente, o relacionamento entre a criança/jovem e o animal também pode gerar algumas dificuldades, riscos de algum ferimento ou transmissão de doenças mas, geralmente, os benefícios ainda superam essas desvantagens.
Os exemplos abaixo ilustram algumas das várias aplicações que têm sido utilizadas com animais no tratamento de crianças/jovens.

Recentemente, Katcher e Wilkins (1998) concluíram que os animais também poderiam ser um auxílio importante no tratamento de alterações comportamentais infantis e sugeriram integrar o contato com animais em programas de tratamento de crianças e adolescentes, particularmente nos casos de déficit grave de atenção, autismo infantil, hiperatividade e alterações de conduta (como agressividade excessiva).
Os autores apresentaram os resultados obtidos com mais de 50 sujeitos e concluíram que a terapia com auxílio de animais tem efeitos terapêuticos significativos, persistentes e amplos em crianças e adolescentes.






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