A Raposa de barriga cheia
Uma Raposa estava em jejum já havia mais de um dia.
Fazia muito frio, e todos os outros animais provavelmente permaneciam em casa ou nas suas tocas, no quentinho.
Os galinheiros estavam todos fechados, para que as Galinhas não pegassem friagem e continuassem a botar ovos.
Assim, não era uma boa ocasião para a pobre Raposa procurar alimento. De todo modo, ela não se dava por vencida.
- A fome é horrível!
– Repetia para si mesma a Raposa, enquanto esquadrinhava atentamente cada canto da floresta.
- Por isso nunca me cansarei de procurar, até que alguma coisa salte fora para matar minha fome.
De fato, sua persistência e meticulosa atenção foram premiadas da maneira mais inesperada.
Do oco de um carvalho saía um cheirinho delicioso:
Era um belo pedaço de carne assada com um pão, guardados ali por algum pastor.
Como o farejou, a Raposa se enfiou no buraco, esforçando-se um pouco, porque a entrada era um tanto estreita.
Mal se encaixou nessa espécie de nicho começou a comer com voracidade a farta refeição.
No entanto, quando depois de um breve soninho para fazer a digestão procurou sair, fazendo esforços inúteis, suspirou, desolada:
- Estou com a barriga tão cheia que não consigo fazê-la passar por esta abertura.
-Ai de mim!
-O que faço agora?
-Ficarei aqui, prisioneira?
Uma Raposa, sua amiga, que passava sob o carvalho, a ouviu suspirar e quando soube o motivo de seus lamentos, gritou:
- Tenha paciência, fique tranqüila e verá que com o tempo você ficará magra como quando entrou e poderá sair de novo para a liberdade.
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