Por que as crianças não aprendem?

Esse texto é bem longo, mas vale a pena ler. Eu concordo, hoje os alunos não aprendem porque falta método de ensino, cada governo que entra inventa uma moda, não se importando com as consequências, o que eles querem é mudar. Antigamente tinha algumas coisas erradas sim, mas a maioria era boa, tanto que da minha época todos saiam lendo e escrevendo. Gostariam que vocês opinassem, se discordam ou não.

O momento atual na Educação caracteriza-se pela crise de aprendizagem. Estamos sendo surpreendidos pelos insucessos dos estudantes em adquirir conhecimentos básicos que possam alavancar estudos posteriores. Aquilo que era uma descomplicada atividade de aprender a ler, uma simples etapa da vida infantil, tornou-se uma calamidade pública que atinge crianças e toda a população futura, colocando em risco a humanidade inteira.
Na tentativa de explicar o problema procuram-se justificativas nos fatores que envolvem a dificuldade, mas não chegam à sua essência como: violência nas escolas, inserção em comunidade carente; famílias ignorantes, falta de recursos financeiros, falta de material didático, falta de apoio governamental, de merenda, de material audiovisual, de transporte, de motivação que leve ao interesse e à aprendizagem. E o baixo salário do professor.
Para chegar aos referidos porquês são propiciadas mudanças na escola:
O prédio continua no mesmo endereço; é o mesmo edifício, mas pouco se assemelha àquele dos anos 50. Foi lhe acrescentado laboratório, biblioteca, sala de reuniões, sala de TV, cozinha planejada, salas de aula cortinadas com carteiras anatômicas, ventiladores, e computadores, áreas verdes, quadras de esportes.
E isso tudo não tem levado ao ensino.
A escola promove reuniões de pais com mestres, oferece plantão escolar para aclarar dúvidas, faz cobrança às famílias, conta com os “amigos da escola”, procura parceria com a sociedade, exige comunidade participativa, traz segmentos externos para participar dos planejamentos, conta com a presença da Ronda Escolar, do Conselho da Criança e Adolescente.
E isso tudo não tem levado ao ensino.
Para os docentes houve aumento de cursos de capacitação, palestras, treinamentos e reciclagens. O que eram reuniões mensais com finalidades burocráticas tornou-se reuniões semanais remuneradas de HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo) onde são debatidos os problemas escolares e estudados documentos relativos à prática pedagógica. Para orientá-los a qualquer momento em todos os dias da semana há um Coordenador Pedagógico, cuja tarefa é levar dúvidas às autoridades municipais e trazer soluções. Contam os docentes ainda com o pessoal da Secretaria de Educação, capacitado a oferecer apoio.
E isso tudo não tem levado ao ensino.
No trabalho pedagógico, onde havia apenas os antigos Programas Escolares, posteriormente substituídos pelo despretensioso “tijolão”, hoje existem pilhas de documentos auxiliares, questionários de direcionamento pedagógico e documentos outros.
E isso tudo não tem levado ao ensino.
Para cooperar com o aluno houve a introdução de reforço escolar em horário distinto do regulamentar, mais docentes de plantão para aclarar dúvidas. Merenda, transporte, exame de saúde e de vista, óculos, remédios, psicólogo, fonoaudiólogo, dentista, orientador educacional, terapia familiar.
O estudante recebe elementos físicos: mochila contendo material didático necessário, outros de necessidade duvidosa e aqueles considerados supérfluos. E mais calça, camiseta, tênis, meias e agasalho. Tudo graciosamente.
Têm sido introduzidos elementos motivadores que fazem do espaço estudantil verdadeiro clube de lazer.
E isso tudo não tem levado ao ensino.
Para confirmar, eis parte de artigo intitulado: “Alunos de CEUs não se destacam em exames do MEC.”.
Diz o artigo: “Os Centros Educacionais Unificados (CEUs) são grandes escolas que oferecem a crianças de creche à oitava série grande infra estrutura esportiva (piscinas, quadras e pistas de skate), e artística (teatro, cinema, estúdio de música e salão de dança)...”
Com todo este aparato, diz o artigo que dos quatorze CEUs avaliados na Prova Brasil, nove ficaram abaixo da média. (Jornal “Folha de S. Paulo”- 5 de julho de 2008, pág. C4),
A este respeito diz a socióloga Maria Alice Setúbal, ainda na mesma matéria jornalística: “O pai pensa que o filho está numa escola melhor, mas o que a gente vê é que o CEU funciona como outra escola qualquer.” (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária)
Quem concorda com esta fala é o Prof. Ocimar Munhoz: “Sou favorável às atividades porque enriquecem a vida dos alunos. Mas de nada adianta os alunos terem equitação, esgrima e tai chi chuan se o processo pedagógico em si não muda.” (Faculdade de Educação da USP e membro do Conselho Municipal de Educação).

Usam a Má Alimentação Como justificativa

Incompreensivelmente para as autoridades, todo o conforto citado não tem propiciado ensino com qualidade.
Levantou-se a tese de que a insuficiência no aprender era derivada da má alimentação. As escolas acataram esta justificativa com alívio, pois se desfizeram de culpa pelo ensino insípido alegando que criança mal alimentada não aprende a contento. Desta afirmação teve origem a merenda escolar; porém o ensino decaiu ainda mais. E foi decaindo na proporção direta da melhoria da merenda.
É fácil perceber o quão distante da verdade está aquela firmação.
Dêem comida à meninada. Comida em quantidade e de boa qualidade e ofereçam o mesmo ensino que elas vêm recebendo.
Nada mudará.
Peguem uma criança mal alimentada e a ensinem. Dêem ensino de verdade. Usem metodologia sólida, agradável, interessante. A criança aprenderá.
Numa reunião de pais, levantou uma mãe: “Dizem que criança que come mal aprende pouco. Pois lá em casa só tenho jiló para dar aos filhos. Todo dia meu menino só come jiló fritado e é o melhor aluno da classe.”.
Esta mãe deu voz ao pensamento de muita gente. Ao meu também.
Prova disso é que as crianças das décadas anteriores eram mal nutridas. Quase todas comiam mal. Saíam de casa com um café preto no estômago, andavam a pé quilômetros de estrada para chegar à escola, poucas levavam lanche. A escola não oferecia merenda, exceto às crianças da Caixa Escolar.
Lembra da Caixa Escolar? Faziam parte dela duas ou três crianças de cada classe, as mais pobrezinhas. A estas, a escola oferecia um pão e uma banana todos os dias. Nada além. Nem a estas a escola oferecia café da manhã e almoço. Só pão com banana e a meninada aprendia!
Sou testemunha viva disso: criança pobre que fui, não pertenci à Caixa Escolar; portanto, nem pão com banana me era oferecido. Poucos dias eu tinha lanche; passei muita fome naquelas horas de aula diárias e não se pode afirmar que não consegui aprender, nem que meu Quociente de Inteligência tenha sido afetado.
Com isso tudo, desfaz-se a tese de que por conta da carência, a criança não aprende. Fica desfeita a tese de que é preciso conforto físico para haver ensino de qualidade. Fica desfeita a hipótese de que a má alimentação seja responsável pela aprendizagem deficiente.

Diferença entre Ensino e Educação

Quando se diz que a Educação vai bem significa que os itens físicos, todos eles externos ao aluno, foram satisfeitos e que sua comodidade está garantida.
Sim, a Educação pode ir bem, desde que haja dinheiro bastante para semear comodidades às escolas.
Mas a criança continuará sem aprender.
Porque Ensino é outra coisa.
Educação não se confunde com Ensino, tem abrangência diferente.
Cada termo tem sentido próprio. Uma é abrangente, a outra é abrangida.
Educação é o todo. Ensino é parte dela.
Educação não é o Ensino, assim como Esporte não é o futebol e Medicina não é a cirurgia.
Educação envolve o Ensino, mas não se resume a ele.
Educação é um ministério, uma secretaria, um conglomerado de ações dirigidas ao assunto que lhe é próprio.
Educação é o geral, é o abrangente, é o que abarca tudo o que se refere ao aprender e ao ensinar, tudo o que se refere ao ambiente escolar e suas ramificações.
Educação compreende a parte administrativa, burocrática, funcionamento da escola da direção à faxina.
Educação inclui o Ensino; é maior em abrangência física e mais geral que ele.
E Ensino é parte da Educação. É sua parte mais importante, sem a qual a Educação não tem razão de ser.
Ensinar é a arte de transmitir conhecimento.
Ensinar é a essência do trabalho escolar. Ensinar é o que ocorre entre professor e aluno, mais ninguém. Ensinar é o que acontece a nível mental mesmo que não haja prédio, nem carteira, nem ventilador, nem uniforme.
Ensinar é a relação entre o informar e o reter a informação. É a nível mais elevado que se processa o Ensino e a Aprendizagem. Ensinar é a maneira de dar a conhecer um conteúdo e a maneira de recebê-lo; é a maneira de ministrar o tema até que o aprendiz o processe mentalmente e se torne senhor dele.
Ensinar é instruir, é informar, é orientar, é conduzir, é repetir de diferentes maneiras até fazer aprender.
Ensino é questão particular, íntima entre aluno e professor e por isso é a parte mais significante da Educação.
Sem mandatários não há Educação. Para haver Ensino não é preciso mandatário algum; só aluno e professor.
Sem Educação pode haver Ensino. Mas sem Ensino é incompreensível a Educação, porque esta foi criada em função daquele.
Educação existe o tempo todo. Ensino não existe; ele acontece. 
E ele acontece em momentos de esquecimento total do ambiente material à sua volta.
Ensino ocorre mesmo que não exista escola, porque ele pode acontecer em casa, sem lousa e sem giz, com a claridade de uma lamparina. Pode acontecer à sombra de uma árvore escrevendo com o dedo no chão.
O que falta às crianças não é Educação. Falta Ensino, falta método, falta processo pedagógico em ação, falta olho no olho, falta pegar na mão da criança, falta ensinar exaustivamente uma letra, outra letra, uma sílaba.
Por negligenciar a metodologia a criança deixou de aprender e, em razão disso, passou-se a cuidar mais da parte material da escola, crendo que a excelência da parte física pudesse suprir a ausência de um método. O aperfeiçoamento da parte material chegou a nível inimaginado conforme foi visto anteriormente, no artigo sobre os CEUs e com resultados abaixo do esperado para tão grandiosos aparatos. Resultados encostados aos da periferia caótica!
“... de nada adianta os alunos terem equitação, esgrima e tai chi chuan se o processo pedagógico em si não muda.”. fala do Profº Ocimar Munhoz reproduzida na íntegra na primeira parte deste apontamento.
Pois nestas palavras está a grande justificativa para a desordem educacional que estamos presenciando: a falta de mudança do processo pedagógico, a falta de adoção de um método de ensino.

Teoria x método

As autoridades educacionais das últimas décadas procuraram meios para imortalizar-se a si mesmas desfazendo em pouco tempo tudo o que foi construído em 500 anos de Brasil.
Pois conseguiram imortalizar-se! Não serão esquecidas porque a História se incumbirá de lhes fazer justiça.
Sua ação mais leviana foi trocar os métodos de ensino consistentes por teorias que nunca passaram de hipóteses, conjeturas e suposições sem certeza de resultados concretos.
As autoridades acataram as idéias de uma forasteira que aqui chegou dizendo que método de ensino produz clichês, levando alunos a estereotipar conhecimentos, moldando-os todos pelo mesmo contorno, mesmo padrão, sabendo todos os mesmos saberes.
Dizia ela que Educação Moderna tinha de ser diferente. Que cada aluno tinha de aprender coisas de acordo com suas necessidades, diferentes daquelas que o colega da sala ao lado estivesse aprendendo.
Dizia esta senhora que o método distancia o aluno da sua realidade, pois estuda coisas irreais, distantes e inexistentes. Dizia que em lugar de usar um método fixo e estável, era preciso usar a realidade do aluno que se modifica todo dia, para ensiná-lo a escrever. Dizia ela que fazia parte da didática moderna usar a moradia do aluno, a família do aluno, a bebedeira do pai do aluno, as brigas da casa do aluno, as surras da mãe do aluno, a miséria em que ele vivia, fazendo com que este pano de fundo se transformasse em matéria viva de estudo onde o aluno aprendesse através da vivência pessoal, trazendo suas experiências para a sala de aula para aprender a ler, como se este cotidiano de infortúnios fosse desejável eternizar.
Mas a educação moderna é assim, dizia a forasteira: buscar na vivência da criança o assunto para aprendizagem através dos eventos diários. Isso sim, é educação de qualidade!
A estrangeira que não sabia falar nossa língua exigiu que nossas cartilhas e métodos de ensino fossem banidos da nossa escola. E foram.
O pior não foi a bagagem arrevesada de Emília Ferreiro. Pior foram nossas autoridades desfazendo-se de toda nossa tradição escolar sem um estudo profundo das novas idéias, sem um período de experiência, sem um tempo de transição, sem um bom preparo às educadoras, sem acompanhamento das atividades e abrangendo de uma só vez o Brasil inteiro sem previsão alguma do que poderia acontecer. Tudo foi feito às pressas, tudo a toque de caixa de um ano para outro sem organização, sem certeza, satisfazendo o ego das autoridades desejosas de se fazer notar.
Até 84, a velha e boa cartilha Caminho Suave era excelente método de alfabetização.
E já em 85, a palavra “cartilha” foi banida do nosso vocabulário e todo o saber acumulado por cinco séculos de um ensino excelente foi trocado pelas teorias de uma forasteira de nome Emília Ferreiro, que nem mesmo sabia falar nossa língua.
Emília Ferreiro não tinha nada para colocar no lugar dos métodos e das cartilhas. E no seu lugar ficou um pior que nada; ficou um buraco negro gigantesco com fome de destruição, consumindo tudo à sua volta.
Enquanto havia em cena professora à antiga, houve equilíbrio entre as teorias desconexas e o ensino de qualidade. Bastou, porém que estas professoras fossem se aposentando para que fosse aparecendo o contorno do buraco medonho no qual foi se transformando a escola e tudo o que sai dela.
As novas professoras aprenderam teorias. Método nenhum, prática nenhuma. Aprenderam nomes de autores estrangeiros, mas não aprenderam dar aulas.
Hoje ninguém sabe ensinar e ninguém aprende, simplesmente por falta de parâmetros metodológicos que possam guiar a professora e conduzir o aluno.
Para que haja receptividade desejável de um conteúdo é imprescindível que haja um jeito apropriado de dar a conhecer aquele assunto e já vimos o suficiente sobre a necessidade de um método, em detrimento da sofisticação da parte física da instituição escolar.
Aqui, a fala de uma educadora que merece inclusão neste documento:
Magda Becker Soares realça que na alfabetização e letramento há um problema a ser resolvido. Diz ela:
“As cartilhas desapareceram do mercado. Não se fala mais em cartilha. Mas com o desaparecimento das cartilhas, desapareceu também o conceito de método. Não é possível ensinar a ler e escrever sem um método. Há poucos livros de alfabetização que tenham uma organização metodológica para orientar professores no processo de aprendizagem. Os professores usam precariamente os livros de que dispõem ou buscam as cartilhas nas prateleiras da biblioteca da escola.” (Magda Becker Soares é professora titular da Faculdade de Educação da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - e doutora em Educação)
Nada mais verdadeiro. Com a censura às cartilhas foram condenados também os métodos de ensino e com eles desapareceu parte respeitável do momento mais importante da vida escolar: a alfabetização.

Aula com método e aula sem método

O método de ensino é o conjunto de partes coordenadas entre si. Ele obedece com rigor a ordem de entrega dos conteúdos aos estudantes. Ele é importante pela sistematização, ordenação, classificação e agrupamento de assuntos por grau de dificuldade. O método começa por um nada e, num crescendo, vai abrangendo novos assuntos até que o aluno se capacite a pesquisar sozinho, os temas de seu interesse.
No momento da criação do método de ensino o autor exerce o raciocínio levado pela experiência adquirida em sala de aula. É neste momento que acontece a pesquisa de assuntos e termos afins, de exercícios que atenderão às atividades que, num aumento progressivo dos graus de dificuldade, levam à aprendizagem, à retenção do aprendido e ao seu uso no dia a dia. 
Com o uso de um método de alfabetização há vantagens incalculáveis sobre as aulas sem ele:
Com método os assuntos são agrupados por dificuldade. É muito mais cômodo controlar o trabalho liberando os conteúdos um após o outro, quando o anterior estiver bem introjetado. Sem método os temas são oferecidos sem ordem, as dificuldades se entrechocam e se acumulam sem oferecer tempo de o aluno interiorizá-las e oferecendo ao estudante uma aprendizagem confusa, sem profundidade.
Com método, nas faltas dos alunos é possível que os conteúdos sejam reapresentados no dia seguinte da mesma forma, numa verdadeira reprise para a classe inteira e com o mínimo de prejuízo para o faltoso. Numa aula sem método tudo fica ao sabor dos acontecimentos e interesses dos alunos, sendo praticamente impossível rever o tema no dia seguinte, uma vez que “seu momento” passou e não retornará com o mesmo ímpeto. A barata que ontem aqui entrou não voltará a entrar hoje.
Com método a professora se sente segura, sabendo porquê, quando e como agir. Sem método, a insegurança desorienta a aula que parece infinda pela falta de certeza no atuar.
Nas ausências da professora que usa método, a substituta saberá dar continuidade ao programa, bastando consultar o material metodológico. Em aula sem método o dia tornar-se-á perdido porque a suplente fica sem ação, sem saber a qual tema dar seqüência. Nestes casos ocorre indisciplina por parte dos alunos por reconhecerem a indecisão da professora.
A professora que segue método sempre sabe onde parou. Um dia é continuação do anterior e o dia seguinte será continuidade do hoje havendo seqüência ao assunto interrompido, mesmo após alguns dias de férias ou feriados. Na aula sem método, cada dia é um compartimento estanque sem ligação com o anterior, nem possibilidade de ser completado no dia seguinte. Nas aulas sem método cada dia é um recomeço.
Usando método, a professora, criativa ou não, fará sua aula caminhar desde que não terá de inventar coisa alguma, tudo foi concebido e experimentado de antemão, está tudo ali pronto para ser usado. Em sala sem método a professora não criativa não saberá o que fazer no momento seguinte; sentir-se-á tolhida dando aulas desinteressantes a alunos indisciplinados.
Com método, a professora sabe a qualquer momento qual foi a matéria já ministrada naquele ano letivo e o que falta ensinar. Sem método, é difícil saber o que já ministrou e o que falta, gerando conteúdos repetidos e deixando ausentes matérias importantes.
Com método, a aula é organizada, seqüencial. Sem método a aula acontece ao sabor dos acontecimentos fortuitos e perguntas dos alunos, fatores aleatórios, sem consistência.
Numa comunidade que use método de alfabetização é possível comparar crianças de uma sala e outra, de uma escola e outra. Sem método é impossível a comparação, uma vez que cada sala é uma realidade, cada sala é um mundo diferente.
Havendo método, em qualquer comunidade os alunos recebem ensinamentos equivalentes. As crianças andam no mesmo andar, crescem juntas em todos os sentidos porque aprendem coisas paralelas, têm assuntos similares e isso reforça as amizades. Sem ele, alunos de uma mesma série, mas de salas diferentes mal se entendem devido a disparidade dos conhecimentos, uma vez que cada parede de escola encerra tema desigual da sala contígua. As crianças fora do prédio escolar têm assuntos diversos e, sem interesses semelhantes não procuram estar juntas, favorecendo a individualidade em lugar das doces amizades de infância.
De uma escola para outra, ao aluno transferido é possível acompanhar as aulas sem prejuízo, desde que haja método. Sem metodologia, ao estudante transferido há dissociação de seqüência e talvez não consiga acompanhar a nova turma.
Seguindo o mesmo método, crianças de zona rural tomarão conhecimento das características da zona urbana e vice-versa. Sem metodologia, crianças de zona rural terão conteúdos estanques, permanecerão ignorantes do que acontece noutras realidades, uma vez que só têm contato com assuntos da roça.

Conclusão:

* Comodidades não levam à aprendizagem. 


* Boa alimentação por si só nutre o corpo, mas não promove o ensino.


* Teorias desfocam o objetivo sem gerar conhecimento.

Mas método de ensino é capaz de unificar as ações educativas e levar à aprendizagem.
Conclui-se que um dos fatores que está levando à ignorância os alunos é a falta de método de ensino.

“A maneira anterior de educar os pequenos pode estar equivocada, mas formava homens. A maneira atual, mais moderna, está criando monstros.” (Amil Pagliarini)



               FONTE: http://www.professoradepapel.com.br




                   





1 comentário:

Prof. Eldison Geografo disse...

Ei Sil vc é perfeita nas suas ideias pra que possamos nos valoizar no trabalho da educação.